breve-brevíssimo ou aquele morre-não-morre

Na iminência do incêndio, o inominável já está à espreita. Uma precisão de dar vida a um que toca, machuca. E lá vai o demônio... embaixo da mesa, na ponta dos dedos, pelas costas, beiço colado ao ouvido esquerdo. De mãos dadas com o diabo, vou ao caminho de Deus. Re-bento. Antes de Maria cerzir as próprias fissuras, o batismo é consumado – a obra já nasce benzida pelo coxo. Fruto de vosso ventre maldito e da maldade de escrever. Ficamos assim: Deus é o significado, o diabo, o significante.

terça-feira, 29 de março de 2005

 

Foda-se esta merda

As bundas do metrô são tão feias... É porque elas não têm Deus no coração... Hã?... O quê?... O que disse?... Que elas não têm Deus no coração... Quem?... As bundas do metrô... Tá louco?... Louco?... Holden tinha razão... Por quê? As bundas do metrô são tão feias... É porque elas não têm Deus no coração... Hã?... O quê?... O que disse?... Que elas não têm Deus no coração... Quem?... As bundas do metrô... Tá louco?... Louco?... Holden tinha razão... Por quê? As bundas do metrô são tão feias... É porque elas não têm Deus no coração... Hã?... O quê?... O que disse?... Que elas não têm Deus no coração... Quem?... As bundas do metrô... Tá louco?... Louco?... Holden tinha razão... Por quê?...


Texto-encomenda para o Fede à Porra

Zum-zum

Eu não imaginava que ele era capaz. Quando me pediu pra ver a bundinha, pensei que enfiaria o dedo ou o pau, cheguei a mencionar a vaselina mas, quando percebi, já estava sentindo sua língua, aquela imensa e úmida língua dele, bem no meio do meu cu. Bem lá. Me senti ridícula, no começo. Só não tive coragem de pedir pra que ele parasse, não queria dar o braço a torcer, mostrando que achava aquilo diferente demais pra mim, dando a entender que estava um pouco chocada e me sentia estranha. Receei que me julgasse inexperiente, ingênua. Permaneci estática e me fiz de natural, sem soltar um ruído - nem de prazer nem de enfado - esperando pelo fim daquela cena que se aproximava de um daqueles filmes pornôs que passam na Band e que a gente assiste quando não tem nada melhor pra fazer. A imagem me bateu uma vontade de rir desgraçada. Segurei o riso estrondoso e denunciador e soltei só um sorrisinho de canto de boca. O problema é que ele não parava. Não parava. Por nada. Não demonstrava um pingo de cansaço ou derrota. Continuava num movimento de ida e vinda com a língua alternando para o de colocar e tirar. Incessante. Tentei alcançar algum objeto próximo e lançar ele ao chão pra ver se o infeliz acordava daquele transe. Rezei pra que o telefone tocasse e eu, fingindo estar esperando por uma ligação importante, desse um pulo e corresse na direção do aparelho. Pensei até em simular uma vontade de urinar ou de fazer cocô. Mas ele me atava ao colchão de tal maneira que me deixava à mercê de sua vontade em acabar logo com aquela situação bizarra. Só que de repente, percebi que a força com que a língua dele entrava e saía da minha bunda fazia um som. Um som estranho, bem baixinho. Tive paciência pra tentar escutá-lo. Um, dois, três segundos. Mais alguns. Era uma espécie de som de "z", mas que continuava e se perdia. Prendi a respiração, me concentrei e daí pude ouvir. Tinha conseguido. Ouvi de novo pra me certificar. Ow, puxa. A língua dele no meu cu fazia um zum...zum... E se repetia: zum... zum... Zum-zum! Zum-zum, zum-zum... Fiquei me distraindo com o som enquanto ele se distraia com meu ânus. Ficou mais um tempo a movimentar a língua e, quando finalmente, decidiu descansar, escutei sua voz rouca e quase sem respiração: "fiz zum-zum e pronto... fiz zum-zum e pronto..."

Comentários:
O tema do meu flog sempre foi crônicas. Mas ele sempre teve poemas e crônicas em seu conteúdo. A idéia é ter crônicas como expressão do passar do tempo, do sentimento, da vida. Os poemas do meu flog refletem momentos da minha vida, da intensidade dos meus sentimentos e os devaneios dos meus pensamentos que se ligam ao pensamento de tanta gente do mundo afora. Não há nenhuma regra para isso. O importante é a liberdade.
 
Genial. No duro.

[pra ter uma idéia, fiquei tão sem reação que só consegui pensar mesmo em "genial"]
 
Hã, hã, mas quem é Holden? Quem é quem? Eu sou um não-eu do anti-clímax. Na verdade, fiquei puta porque acabou daquele jeito, tão inesperado quanto o começo. Por que tem de ser assim? Hã? Holden? Quero a continuação do imprevisto...quero a parte II do escrito.
 
Foda-se o caralho! E o leitor? Quer dizer então que você quer ***er esta ***da sem afetar os leitores? Mancada! Se é pra ***er mesmo, quero o pós-scriptum. ACABE!
ACABE! ACABE!
 
Sim, esse texto é leco-jordanesco, que já é uma expressão redundante.
 
Para a minha boneca mais linda:

Fico feliz de tê-la deixado puta. A minha raiva se manifestou em ti como se manifesta em mim. E sim, eu quero que este espaço e que o leitor se fodam juntos e, sobretudo, o leitor, o meu leitor, que, imbuído de minhas palavras, torna-se chato e vazio.
Quanto à finalização, deixo-a em forma de provocação: mulher, se és capaz, vá lá em seu descompassamento e termine este que é eternamente inacabado. Quero ver, quero ver.
 
Lecca, mulher fofa e perspicaz, você sacou. Você entendeu o espírito da coisa, desta coisa, que não tem espírito. Desta merda, que quer mais é que se foda essa outra Grande Merda - sui generis e poderosa - sem sentido nem ternura nem amor nem nenhuma das palavras que a Alpha 60 - a sensacional metáfora desta merda-merdíssima - fez desaparecer da memória e da vida (mas não da alma, não da alma, meu amor) dos habitantes de Alphaville.
O próximo texto-merda vem carregado dessas premissas que você tão bem coloca aqui e em nossas conversa de hoje-agora-pouco e de sempre. Ofereço-o pra você, bebê, que, graças a Deus, também está perdida. "But I'm not the only one". Tenho um medo enorme daqueles se encontraram...
 
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Esse texto me chocou. Provavelmente não devo ter entendido nada, mas eu expresso o que penso (ou penso que penso): A primeira parte do post é uma reflexão interessante, mas a segunda eu me abstenho de comentar porque eu ainda estou processando as informações. Me visite às vezes.
 
Durante boa parte da semana, várias pessoas me perguntaram: "Você já leu o novo texto do bolg da Alienada?", e eu perdia entre meus problemas mundanos, respondia: "Não, ainda não tive tempo...". E a contra-resposta era sempre a mesma:"Você vai ficar chocada!". Então, nesse final de tarde de Sábado, entre aqui com um certo medo. Rec eio do que iría ler. Mas não fiquei chocada, nem assutada, nem nada do gênero. Pelo contrário, achei um texto muito bom. Não sei se essa é um experiência verdadeira ou se é fruto de sua fértil imaginação, mas gostei muito da descrição. Muito detalhada, quase num tom real... Com certeza, você se supera a cada novo texto. Parabéns!!! Tenho a certeza de que você será uma grande escritora no futuro próximo... Te adoro!!! Beijos :)
 
Fia, não tinha passado ainda por aqui. Algo de A Casa dos Budas Ditosos neste texto é só coincidência???

Beijoca.
Juli =)
 
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